O gigante de mármore: o palácio que revelou o delírio de poder da Romênia
- Domundo Operadora
- há 6 dias
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É impossível ignorar o colosso branco que se impõe na paisagem de Bucareste. Com suas colunas gigantescas, janelas e corredores sem fim, o Palácio do Parlamento não apenas abriga o centro político da Romênia ele encarna o delírio de grandeza de um regime que, até sua queda em 1989, tentou construir aqui um símbolo definitivo de poder.
Projetado para concentrar todos os órgãos do governo, inclusive a residência presidencial, o edifício começou a sair do papel ainda no século XIX, mas tomou forma mesmo durante o período comunista, quando foi radicalmente expandido e redesenhado. Foram mais de seis décadas entre esboço e conclusão, numa obra que consumiu o equivalente a 2 bilhões de dólares.
Com mais de mil salas, 12 andares e cerca de 5 mil funcionários, o Parlamento impressiona por sua escala. Mas o que chama a atenção não é apenas o tamanho: tudo aqui exala luxo e ostentação. Mármore romeno, toneladas de cristal, carpintarias refinadas, cortinas bordadas com fios de ouro e prata – uma estética que mistura grandiosidade e patriotismo, exaltando os materiais e o talento locais.
Uma vitrine de poder e contradições
O impacto, no entanto, foi mais profundo do que estético. Para erguer o palácio, bairros inteiros foram demolidos. Igrejas centenárias, sinagogas, casas de famílias – tudo foi ao chão para dar lugar ao projeto faraônico. Estima-se que mais de 30 mil residências tenham sido derrubadas.
Com a queda do regime, o que antes se chamava “Casa do Povo” revelou-se superdimensionado para a nova Romênia democrática. Ainda assim, o prédio segue em uso abriga o Parlamento, eventos oficiais e, felizmente, turistas curiosos por entender de perto o que essa obra tem a dizer sobre o passado do país.

O que você vai ver por aqui
Avenida da Vitória: Uma das vias mais elegantes da cidade, construída para conectar o centro antigo à corte real. Hoje, abriga prédios históricos e é um retrato da transformação urbana da capital.
Praça da Revolução: Foi aqui que Ceaușescu – líder da Romênia entre 1965 e 1989 – fez seu último discurso, às vésperas da Revolução de 1989, que pôs fim ao regime centralizador que governava o país.
Ateneu Romeno: Um dos edifícios mais bonitos do país, sede da Filarmônica e ícone do neoclassicismo.
Biblioteca da Universidade: Imponente e austera, carrega marcas da revolução e segue como ponto de encontro da juventude da cidade.
Palácio do Parlamento: Segunda maior edificação administrativa do mundo, atrás apenas do Pentágono.

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